Pensava que na cidade, o que eu tinha de presente, Trouxesse a felicidade, pra eu viver bem contente, Mas eu vivo é com saudade, do sol ver a claridade sumir na serra à tarde e a noite vir de repente. Ouvir o cantar dos grilos, tilintar na minha mente, Repicando em estribilho, numa rima diferente, Quando eu penso naquilo, já não durmo mais tranqüilo minha alma até mutilo com meu choro comovente. Aqui só tem barulheira, de anarquia tão somente, Me incomoda a zoadeira, na atitude dessa gente, Vou perdendo a estribeira, mesmo que alguém não queira penso ser a derradeira das noites nesse ambiente. Já estou bem decidido, vou dizer polidamente, Tudo é muito evoluído, mas pra mim não é prudente, Que eu fique envolvido, sem que tenha esquecido o lugar que fui nascido e me tornar decadente Eu quero acordar na roça, sem nada que me atormente, Pois pra mim qualquer palhoça, é uma mansão atraente, Pode até me fazer troça, eu quero é sair da fossa, voltar a viver a nossa, vida de antigamente.